sexta-feira, dezembro 29, 2006

mais um dia desses de lua cheia
rogo,

pelo simples ato de rogar

acomodo-me num banco
encrespado
de talhas e mais talhas,

e ouço do fundo do mar um zunido

no alumiar da matreira vida,
erguida
em ar e poeira de ferro

prossigo o caminho de matos podres e calcificados

penso no alto do cruzeiro infindavel,
inalcansavel também,
e interpelo por mais um dia de paz

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Sertão

o sol com seu arder lisongeiro
soltava rajadas de luzes incadescentes
em meio ao vento com suas lufadas intermitentes
que fazia voar galhos rangentes
enquanto os homens lavravam no canavial

a noite chegava de forma espessa
quando as crianças voltavam em tortuosos caminhos
cantando os mais torrentes pinhos
com apenas um a tocar viola
encarapitadas em cima de burros
que saculejavam num caminhar soturno

à madrugada o frio aluía
as juntas de antigos guerreiros
que outrora em tempos imemoriais
lutavam contra cães-de-guarda imperiais

e assim o vilarejo dormia
com casas em demasia
enfileiradas à espera do sol

segunda-feira, dezembro 18, 2006

nostalgia

a rua passa vazia
e nem penso em te-la a meu alcance
fico cá sentado
esperando que as coisas aconteçam
meio que em um desenlace
que me mostre algo de errante

o cheiro é-me estranhíssimo,
pois mal sinto sua feição
não que seja sinéstesico,
mas que o que me é de analgesíco
faz meus sentidos em leito
confundirem-se com minha visão

e os carros ainda não passam
afinal é domingo a tarde
e é tarde
para algo de mais acontecer

mas eu me vou e permaneço
sentado no mesmo lugar
e nestes versos longos
quem sabe me hei de encontrar

quinta-feira, dezembro 14, 2006

tranloucado

no agora,
o aqui é outro lugar
que eu possa
saír
e sonhar
com um mundo equidistante

no momento
o lamento
é desimportante
tanto no agora
quanto no antes
deu ter essa tranlocação

no instante
é estanque o desespero
em que o poeta matreiro
teima em poder sonhar
com um mundo um tanto roseiro

quarta-feira, dezembro 13, 2006

dos versos de verdade

gosto quando o ritmo corre
e o papel chega a amassar
da tamanha pressa que sobrevém

e é bom quando as mãos se cansam
mas os versos se mantém

melhor é quando paramos um pouco
relemos o já escrito
apagamos algo de torto,
e construímos um mais bonito

(são dos versos de verdade
que falo nesses escritos)

terça-feira, dezembro 12, 2006

nas tuas brandas calmarias nefastas
jaz meu leito profano
e não importa o tamanho do desengano
o engano é pranto,
que me chamarei

e me chamarei perto
tal como se faz quando se esta longe
não resistirei aos falsos jubilos de teu nome
mas não me entregarei
ao encouraçado estampido de tua buceta
e nem de tuas medianas tetas...

serei tal como sou e fui
o eterno ser
com uma mudança que me seduz...

segunda-feira, dezembro 11, 2006

não temeras mais o tempo
porque este quando passa não volta atrás
vive só o momento,
mas não sem se importar com os demais

semeias o vento onde possas colher
espera a nuvem coalhar de tanto chover
há de chegar seu momento
mesmo após todo esse tormento

o dia fará aparecer o sol novamente

domingo, dezembro 10, 2006

princípio

Você não me conhece
sabe da vida alheia, sim sabe,
mas não me conhece.
Príncipio, horas, vento.
o tempo é de duvidas.
Você não se conhece
mas precisa se conhecer?
não... o tempo é de duvidas
mas a vida prossegue...
sabe do vento, horas, sombra, ser, ou não
mas não o conhece
sabe da chuva, nuvens, vento
mas seu tempo não conhece
não conhece a vida, a lombra, o sol
mas mesmo assim tece.
sem sentido eira nem beira...
mas assim mesmo tece...
o tempo é de duvidas, lombra, lua
você não me conhece
sabe do jogo, competir ganhar, ou não
mas a vida prossegue...
sombras, vento, medo...
o sol de manhã aparece,
mas e daí?
foi-se o sol, o mar, a luz, a vida
restaram o tempo...
e a poesia

quarta-feira, dezembro 06, 2006

recado ao mundo

não é por eu ser um poeta
pequeno de fim de sábado
que não posso lhe contar
metade de umas verdades:

Mundo dos loucos ou não

me digas porque é injusto
e quantos homens lhe são caros,
mas fale por intermédio
de Deus, que é meu padastro,

Mas você não vale o prato
que come
(ou já comeu)
por ter dado espaço ao homem
te ter em inigualdade

"o mundo não vale o mundo"

Me digas porque a noite
deixa os buracos que tens em visto
assolar nossas mulheres
com seus homens malditos,
que talvez por um não dito
deita-se acima delas
e rola
num rala-e-rola
malfadado à prisão voraz

mas isto já é mais que um terço,
mundinho,
deste poema que fiz sem vinho,
ao meu lado pra intoxicar-me.

Meu mel enegreceu
sobro este fel em versos feitos
a boca da noite escura
(na frente do computador,
que ainda te perdura)
mundo de horrores à candura

não teime em justificar
que a culpa é só dos homens
que vivem a te maltratar

e ainda acharei o poeta
(que disso só tem os metros)
que a vós falou, mundo desnudo,
"serás do que o homem fizer"

não há como acreditar
sem até mesmo pre-julgar!
tal afirmação
oh mundo desnudo
ao menos abaixe o preço do pão

domingo, dezembro 03, 2006

dadiva

Horas ao vento relva a tarde desta manhã
e eu ao relento penso no enclaustro da tal da terçã

poesia infinda finda a curva desta cidade
e nessa loucura penso em ter uma nova vaidade

drogas amargas acabam com muito de meu tempo
e nesse intento penso em parar até de beber

mas e daí?
na mais hercúlea manhã do proximo domingo
pensarei no que fazer.

sábado, dezembro 02, 2006

Mamãe, estás chorando?(à Brisa)

mamãe coragem
eu não sou mais aquela menininha
sinto muitas saudades
de quando comigo se comovia

Será que ainda vemos novela?
Será que ainda damos risada?
Será que ainda gostas de chico Buarque?
(a flor da pele)

Mamãe não sinta saudades
encare agora como sou aqui...
minha mãe eu não sou mais daquela idade
por favor...
me entenda
Não sou como a ti...

quinta-feira, novembro 30, 2006

as minhas retinas estão cansadas,
já não enxergo tão bem
e tenho apenas dezesseis anos

o meu amor inócuo
ainda teima em dormir
amor fraternal
que me faz desistir

e choro
as vezes de cansaço
e canso as vezes da solidão
sozinho percebo o gemido
por mim pelo teu não

então sinto o frescor da noite
em pleno dia maestral
ensolarado de raios fulgidos,
estilhaçando meu falso quintal...

É a vida que deus me deu,
que grita por causa do sonhos,
pequenos que são meus
(Meu deus, quando vai perceber que Jesús foi tão homem...
Quanto este filho teu)

quarta-feira, novembro 29, 2006

O oficio do poeta

trabalhar com as palavras
é o nosso oficio
e nos custa caro

silabas tônicas são toneladas
que nos assustam pela raridade na hora nescessaria
onde o poeta vai a porta
do reino das palavras e não encontra nada

resta invadir e pedir
só uma resposta...
qual é o nosso oficio?

é o nosso oficio
de lutar a cada dia

uma palavra!
duas alegrias!
três verdades; talvez uma...
Mas as vezes Deus com seus desmundos
fecha o mundo das letras e palavras
e diz:
"não poetarás agora"

clamo pela palavra
reclamo
"é meu ofício!"
mas não adianta reclamar
as palavras não nos vem
temos de procurar

as vezes é díficil
"estás sem inspiração",
mas esta é outra história...
Pois quando esta nos aparece
as palavras destroem a hora torta
e nos vem
como que de supetão
e fazem um poema
bom e aluvião

é meu caro
falei de inspiração...
e do oficio?
este nos custa a mão
(que de tanto escrever me dará l.e.r,
[lesão por esforço repetitivo])

sexta-feira, novembro 24, 2006

Ao amor duvidado

as almas assumem,
assaz atadas,
algo acabado
assim alarmado
amor alquebrado
assume algozes amavelmente...

quarta-feira, novembro 22, 2006

poeta baiano

poeta baiano
mal interpretado
leitor de alguns insanos
e outros menos difamados

poetinha baiano
ainda em formação
no futuro proximo
no dia da explicação

leitor de versos drummonianos
e de Damário da Cruz
poetinha baiano
que ainda crê em Jesús

domingo, novembro 19, 2006

O que vi e não quero te contar

Desde já ou desde antes
não importa se percebi
eu nem me lembro ao certo quando,
mas sei que vi e re-vi

não era fato consumado
nem muito menos assunto pedante
também não era caso raro
era como um alto-falante

meu amigo também viu
não se importou nem um pouco
não era de sua feição,

mas a mim me consumiu
pouco a pouco o coração
morto já de antemão

sábado, novembro 18, 2006

dia de baba
chingamentos carregados de nada.
No final?
Foi sete a cinco
e o meu blog Ficou sendo diário....

por minutos infindos

sexta-feira, novembro 17, 2006

ninguém entende do amor
só o amante...
e só ele e apenas ele
sabe porque este anda errante

o poeta não é letrado
as palavras saem como são
e o amor por ser uma a mais
anda girando em vaguidão

por isso nego atenção
e penso que amar, na verdade,
é viver sem ter solidão

afinal quem nesse mundo,
que anda desconcertado,
não sofreu desta ilusão?

quinta-feira, novembro 16, 2006

Cidade do Salvador

és teu nome companheiro que tens aqui
entretanto mal versas sobre ela
esqueceu-a
em tuas leituras mal fadadas e tuas parabolas delirantes

No entanto ela prossegue infante
aguardando a cada instante um sinal, misero(que seja!),
de tua salvação.
Na ponta de cada farol
na proa dos barcos atracados no porto
nas vielas encimesmadas de teu centro impressionante
e nas passadas cansadas de teus andantes

em 1930 Campo Grande pouco tinha de tua maestria,
de teus encolossados edifícios e e de tuas fontes jorrantes.
Campo Grande ainda não era grande, mas era ele, intacto
aberrantemente igual em estílistica.
As pessoas passavam,
ainda em menor grau, mas talvez com parecidos sentimentos
e com parecidos passos,
cansados da labuta intensa da cidade grande

Salvador dos versos novos já não tem mais sete portões,
já não tem padres canibalizados
(talvez pedófilos engaiolados)
Jà não tem Igrejas como principal morada
e nem no pelourinho,
negros não tomam mais chibatadas,
mas entretanto continuas feia, Salvador,

o suburbio ferroviario mal utiliza seu trem e suas praias?
não mais comportam ninguém...
Sua região norte mal é vista como sua parte, tendo até jingles politiqueiros,
que se aproveitam das tuas miragens...
Salvador dos versos novos permanece igual, mas diferente em numero e grau
e espera, até não sei quando, a construção do metrô...

domingo, novembro 12, 2006

no mais Pessoano verso...

pungitivo enclaustro branco
incalto encejo impuro
finado poema estanque
manifestamente obscuro

novo e pungitivo insumo
em seu eleito e seguro
caminho que arde no meio
ao caminhar pelos muros

E assim poetamos caminhios
no meio dos nossos passos
durante nossos espaços.
Nós poetas Pessoanos...

segunda-feira, outubro 09, 2006

Eu

Sò um garoto de dezesseis anos
perdido no mundo,
entre tantas frases, gracejos e poemas
sozinho por ter de andar só...

Acaso a vida é uma jornada?

O que faz deste poema poesia
não é o seu gracejo,
e sim sua falta de coragem
no fundo, no fundo, no fundo
és tão idiota quanto qualquer outro

E tão impuro quanto sua culpa imbecil.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Esses tempos

novo tempo
ampla forma
nominalmente aterrorizante.
Brasil como nova norma
de catetos equidistantes

Simbiose multipla de forma
perene. Só mais um sinônimo
de negação. Sabedoria inversa
Nova promessa
de revolução.

Será essa eleição?

sábado, setembro 23, 2006

O passo e o compasso II

Passe o compasso no ato do passo,
pois passo sem ato não é decisão
não ligue se o ato do passo for falso,
pois falso e não falso é só decisão

Escolha o caminho que te siga e persiga
não só o caminho que te aplaque àflição
pois em meio ao sentido de cada caminho
há letras cerradas do vinho ou do pão

Há escolhas e escolhas entre as tentativas
por um s(c)em-motivo de falta de amor
afinal se um anteparo se torna vazio
é porque bem no fundo o calor dissipou

sexta-feira, setembro 22, 2006

cansaço

me dá um pouco do teu caminho
que este já tá meio chato
espetaculo meu de todo dia
dança com sono de toda tarde
acrósticos bem feitos
poemas vercejados em forma de paz
assaz aberrante

saudade dos tempos da lua,
mas está já ficou nova,
tão nova que nem mais reluz

reluzir nos tempos da lua
com madeiras podres e calcificadas
aberrante matéria de pouca piada
falar, falar, falar
vida besta, sonho nenhum;
verdades e mais verdades...

posso me cansar de procurar?

quinta-feira, setembro 21, 2006

venereo

poetar pelos ouvidos
na aula de matematica
difere do empedernido
sentido entrecortado

e com os os olhos no chão
sigo
não te venero
silêncio mal-disfarçado
do meu sentimento venereo

terça-feira, setembro 19, 2006

qualquer saudade

no dia da vida amarga
vivo a procura de paz,
mas a paz é sempre retorcida

no dia ruim do domingo
pergunto quase sem jeito,
cem dias que batem em meu peito?

no dia quase amargo
pergunto se haverá guerra
respondem-me que não

digo graças a deus?

sábado, setembro 16, 2006

menina da pele branca,
dourada de tanto sol,
pergunta ao menino moreno,
quase morto de tanta lua

- Tanto poema, tanto desandar, na verdade o que será?

menino calado
responde abafado

- nada não, nada não

quinta-feira, setembro 14, 2006

RIO DE FOGO (Tyko, 14/09/05, meu pai que por sinal tem a manha de escrever como podem ver ai)

RIO DE FOGO
Tyko, 14/09/05

Planto-me meio amedrontado
No teu ser,
Procuru-te
Como um cão faminto,
Marco o teu corpo com cruzes de fogo
Forjadas pela minha boca!
Fiz-te vertente dos meus líquidos,
No leve rosado dos teu lábios,
No longo negro dos teus cabelos
Me abato num gozo louco e infindavel!
Fizeste fugir as sombras,
Acabar o estio.
Você me tornou uma flexa,
Que te penetra em todos os lugares
E em todas as direções e sentidos.

quarta-feira, setembro 06, 2006

O amor não pode morrer,
mas falta espaço pra ele
vive-se de tal forma que a sua forma de expressão
é na verdade um limiar de depuração

"o amor comeu todos os meus cartões de visita"

não sinto-me constrangido em lhe dizer que te amo
não,
na verdade à amo demais
e a culpa dessa merda toda
é a absoluta falta de humanidade dos nossos pais

"o amor comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome"

Na poesia encontramos calma
mas tanta calma que que me deixa irritado
pois a calma que encontramos
é a calma das almas encalacradas
viver é ser.
poder é já consumicão
tristezas engaioladas
que entretem nossa solidão

Ter é ficar rico
rico de sí mesmo por convicção,
mas também é medo de outros caminhos
que se engajam na nossa visão

meus sentidos são esquadrinhados
e o serafismo de nossos destinos
são ao mesmo tempo encouraçados

ou estilhaçados por nossos desejos,
gracejos
que nos entretem por falta de paz
a paz que não faz parte da nossa viagem
de ter rimas e lutas encartes
pra uma luta maior
que iremos de mãos dadas?

terça-feira, setembro 05, 2006

Ao amor

as almas assumem,
assaz atadas,
algo acabado...

assim alarmado
amor alquebrado
assume algozes amavelmente...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Sentido Inverso(pode ser de qualquer um, mas quem fez foi Damário Dacruz)

Inutíl o verso
na busca de você.
Se
teus ouvidos
escutam o que não digo.
Se teus olhos
miram o que não avisto.
Se teus labios
dizem o que não traduzo.
Se teus dedos
tocam o que não alcanço.
Inutil o verso
na busca de você
Se
o meu amor
Não grita
não vê
não fala
não pega
os teus sentidos.
Inutil você.

domingo, agosto 27, 2006

vomito estes versos
pra não te entregar
menina linda que me fez ver:
a saudade é sílaba tônica do sonhar.

Enquanto isso?
agente vai levando...
com rezas, presas e vitrolas
ouvindo Jorge Ben aos sábados,
ou tocadeiras de viola

então peço-te, humildemente,
permissão...
perpassa em minha cabeça
algumas duvidas...

Será que sua saudade é verdadeira?
Não...

Preciso de um tempo...

e de uma vida sem culpa

quinta-feira, agosto 24, 2006

Mais força
foi melhor
mesmo fingindo, mentindo...

mais firme
menos facil
feitor maldito
mal falado

minguando minha fala falocêntrica
maldizendo minha fulgaz frequência
mentindo
mesmo fingindo...

menino minguado,
falseando fechado
minha felicidade faraônica,
metaforizada falsamente...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Traduzir-se (poema de Ferreira Gullar muito bom)

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

segunda-feira, agosto 21, 2006

Via Magia(ou uma forma de voltar atrás)

o que nos dá nessa escola
que a saudade é constante
que o amar é pedante
que o poeta é sincero

o que que há nessa magia
que nos traz alegria
só de estar lá

eu pensei em fazer um soneto
mas este é preso demais
então lembrei que a saudade
é uma forma de voltar atrás

mas então poeta,
que fala sozinho,
escolha um caminho:
só um caminho!
já não podes voltar

escolha um problema
escolha uma solução
não têm mais sentido;

viver nessa solidão

quinta-feira, agosto 17, 2006

desabafo sem nome e impossivel de nomear (um desafio aos psicanalistas)

a morte mar e furia

no norte

da tua candura

suporte

das estruturas

escolte

o que te usura

não folgue não lenha a dura

não solte não siga a cura

se enforque nas pestilentas

nem sobre nas tuas horrendas

maldades do meio-dia

terça-feira, agosto 15, 2006

pra voltar com mais coragem?

aqui estou eu
no alto do condomínio
buscando raízes intoxicadas
e madeiras podres de fim de sábado

Pensei em fumar um cigarro

Assim meu deus pergunta
que duvida?
pois nos montes mais altos
É que o vento sopra forte
mas não me dá coragem

É que meu verso pergunta primeiro
matreiro,
mas por falta de aconchego, emudeço.
E emudecido hei de ficar

segunda-feira, agosto 14, 2006

poema exato

Não tem mais sentido.
O verborragico sentido mudo,
que surdo...
pensa que fazer
é saber que sabe o saber
errado.
Calado
prossigo sentado
e penso que quatro horas tenho teatro

domingo, agosto 13, 2006

Na noite mais rubra de um menino calado

na hora mais finda
da noite mais linda
que o sol consumiu
resplandece a coragem
que o coração repartiu

Na noite mais clara
da agua salgada
que ainda teima em achar
por estrelas no amar
sequer se pergunta:
Se o dia calreou...

No sol mais bonito
que caiou sobre nós
desmanchou na cegueira
e ficamos sós

segunda-feira, agosto 07, 2006

não tem solução
o barco navega
o sonho se apega
a podridão
de rimas fracas
de letras cálidas
de sonhos sem nó
temendo o pior:
desabrochar das flores,
temendo o mais louco:
alucinar das sementes
e mesmo sem inspiração
sem letras vindouras
sem coisas amargas
sem cheiro de nada...
eu vou prosseguir

sozinho

sexta-feira, agosto 04, 2006

passada a hora proposta
pro sonho realizar
meu peito aquece a boca
e me faz querer falar

- O quê?

não é a alma estrabica
o coração repartido
a sua solidão(porque não?)
não é o meu sonho sem nexo
meu amor em anexo(obrigado anadora)
meu canto fulgaz...
não é o singelo desejo
o culpado gracejo
a minha liberdade...
(ou tua saudade?)
não se trata deste poema
de tua vida pequena
desta merda sem paz
assaz...
gritante e mal cheirosa
que em dia de rima sem prosa
me faz ter de gritar
(te quero?)

quarta-feira, agosto 02, 2006

Além da Marxa (Epopéia de uma poesia)

Ainda que seja inóspito,
hospitaleiro e boçal,
o meu poema não passa de nena
quase-poema épico-banal

reune em si algo de nada,
O tudo deixou escapar.
Lendario esquema de manter-se a cena
juventude no intuito de mudar

Rigidez plástica onomatopeia,
bumbumbun claclacla
idílico de falar das moças;
do fundo do beco no além do além-mar

Não costuma ser sempre poesia:
fusão, união, penar.
Não procura mudança de forma
e o conteúdo chegou sem chegar

legado de som tropicalfernalha,
nem se importa com o que há de será,
É geral do vandréguardista
Na pista!
da raive pulsar...

ligadão de ser surfista
broto, maronha, fuder sem fumar
Camisa de colo morena da lista
biquini sinistro e sem se importar

homens sem visto e nuzinhos no mar
petrificando a visão de quem não quer se vê
Rimar perfeitas, além de 'm' e 'a',
na singela tentativa de ter algo em você

Mudanças de tom
No saber axioMarxico
Que o conteúdo é que passa
com um som mais-legal

terça-feira, agosto 01, 2006

a pergunta que não quer calar

Era um grupinho de meninos, de uns 9 a 10 anos, jogando conversa fora(se é que se joga conversa fora com essa idade) e acreditem! Já falavam de mulheres... É meu caro hoje em dia já não se tem mais idade pra essas coisas não, só não falavam sobre sexo porque não sabiam o real significado de ter um pau(não tinham, como eu, puberdade precoce). Papo vai, papo vem, até que um pimpolho solta um peido, desses que são raros: altos e fedidos. No momento houve aquela geral gargalhada, uns taparam o nariz, outros bateram na bunda do infeliz na tentativa, fracassada é claro, de acabar o fedor: não se enganem, eles ainda são apenas menininhos de uns 9 a 10 anos. Até que num instante luminoso, desses que se abatem numa conversa e todos têm o mesmo pensamento, mesmo sem perceber isso na situação(é, acontece na conversa desses meninões também) todos ficaram calados, matutando com seus botões e criando suas pequenas-grandes duvidas... Mas foi só um, corajoso e destemido garotinho, que fez a criativa e famigerada pergunta que pousara nas cabeças (não tão) inocentes de todos os mini-garotões presentes na situação:
- Será que elas cagam também?
Não houve resposta, e desse dia em diante foi-se descoberto(ou decretado) o motivo, porquê todos os homens duvidam de sua masculinidade.

segunda-feira, julho 31, 2006

Hora devassa

no dia de inverno
o efeito foi contrario
a vontade, o desejo, o incerto
se serviu na hora da aula
às onze e trinta e um,
parecia ser só mais um,
baseado mal fumado

sexta-feira, julho 28, 2006

fim de baba

no fim do jogo a raiva sobreveio
o calor do odio retorcido
esbravejava em seu desespero
de lamurias, injurias, promessas e um pau:
com um prego na ponta,
mesmo já sendo demais da conta,
sua sorte foi desistir
esquecer da dor
se lembrar da filha
que quem sabe?
(não sei)
te esperava em casa

quinta-feira, julho 27, 2006

pensamentos escrementosos

Loucuras enrolada numa seda?
Essa frase já tá gasta

Belezas tenras da flor da idade?
Já não produz mais bons poemas

Sinceridade velada em forma de mentira?
Foi-se embora na pessoa do Pessoa

Falta de inspiração?
Ô...
Foi o tema que escolhi

menininha

a beleza é a realeza de sua majestade
ou como preferir...

o sorriso é sempre de criança
e a voz rouquinha que chega a me dar arrepios

menina pequena dos olhos d'agua
que quando sorri chega a se consumir
me dá um pouquinho do teu coração
que o meu já pertenci a ti

domingo, julho 23, 2006

quinta-feira, junho 08, 2006

O passo e o compasso II

Passe o compasso no ato do passo,
pois passo sem ato não é decisão
não ligue se o ato do passo for falso,
pois falso e não falso é só decisão

Escolha o caminho que te siga e persiga
não só o caminho que te aplaque àflição
pois em meio ao sentido de cada caminho
há letras cerradas do vinho ou do pão

Há escolhas e escolhas entre as tentativas
por um s(c)em-motivo de falta de amor
afinal se um anteparo se torna vazio
é porque bem no fundo o calor dissipou

quarta-feira, maio 31, 2006

qualquer coisa de filosofia

Em suas teses contra feuerbach Marx aponta para o sentido pratico do conhecimento, exaltando o espírito oitocentista de uma ciencia salvadora, um espirito objetivo, em suas palavras, uma praxis social. Por seu proprio dizer, não se pode entender um homem, sem entender a conjuntura que o rodeia, e mesmo aqueles que transcendem o sentido de seu tempo se enredam nele como se fosse uma prisão insuperavel, inexprugnavel, indizivel. Em poucas palavras, "seu tempo" funciona como um nome, uma identificação que lhe é imposta e que o perseguirá por toda sua vida.
Entretanto como qualquer nome de qualquer individuo, as outras estruturas que o ultrapassam, que o sobrepoem, que lhe guiam; acabam por posceder à essa identificação primaria e à revira-la. Estrutura um real que ultrapassa o espirito de sua época ou o fazem a sua imagem e semelhança: alguns se encaixam perfeitamente no real social, outros, como já explicitei, o reviram(mas visto de perto todos são ultra-individuais).A essa luz o real no dizer marxistra vira pó.
Em Marx o que se ver bem explicitado é um real nos moldes de ciencias naturais ultra-acreditadas e ditosas do espirito de seu tempo. Em seu esmiuçamento das estruturas do capital, o que ele procura a todo tempo é uma verdade além do consensual, um fundamento ultimo, uma especie de verdade cientifica que exalta uma plasticidade de leis "naturais". Por mais que se diga que ele reestruturou todo um saber das ciencias humanas, o que se ve na realidade é a redução do homem a um aparato natural. Observemos que em sua teoria o real (a verdade) sempre se encontra por trás: Os fatos economicos determinando a realidade historica, a mais-valia como fundamento ultimo do lucro, a infraestrutura iniciando em sua determinação da superestrutura, enfim a essencia delineando a aparencia.
Em toda sua obra observa-se um entrelaçamento entre o social, o politico e o economico de tal forma que se vê uma forte hierarquização do ultimo pro primeiro. O que ele procura é, como já foi explicitado, um fundamento ultimo para a realidade, ou seja, a realidade social reduzida a um arquétipo, a um nome. Ele eleva o lado arquétipico da sociedade de tal forma que o elege à formação total do Real. E esse nome se chama economia. O Estado é uma formação social abstrata que representa as repartições sociais e a sociedade é uma eterna luta de opostos movida por motivações economicas e politicas. A sociedade se reduz à estado que se reduz à motivações economicas.
Emfim um dos maiores pecados de marx foi a total supressão de tudo que é individual, autonomo, na sua explicitação do que é a realidade social. o marxismo como conhecimento das mentalidades não se sustenta, e nega o papel da mesma na formação do real, não totalmente, mas só leva em conta a mentalidade política.

terça-feira, maio 23, 2006

Marés Altas

Meu mundo mudou
Meu amor
Mudou muito,
Antes mudaste
Apenas as magoas
Assim as mentiras
afogaram muitas almas,
matando assim a minha máscara

Meu mundo mudou meu amor,
mas mudará ainda mais
Marés Altas alertaram
Mentes austeras,
Mortes minimalistas
Aconteceram às madrugadas.
Alegorias maldosas
Afundaram ao mar
Multidões morreram
Mas antes marcaram meu ar

Minha meta
marcará mudas
Alegres ao amanhecer
Mantendo marés aguerridas
Até mesmo ao anoitecer

Afinal meu mundo mudou meu amor
mudou até mesmo minh'alma

sexta-feira, maio 19, 2006

poema anti-contemplativo

Imaginemo-nos,
como qualquer coisa
e depois esqueça
não como um corno tomado
ou um porre de alcool
esqueça verdadeiramente,
como um dia de segunda
Ou o ócio do domingo passado
depois tente se lembrar
com força e determinação.
Logo verá;
Que não tem porque imaginar
quanto mais sonhar.
Logo irá perceber,
que nesse breve periodo,
se esqueceu de viver

quarta-feira, maio 17, 2006

musica de cordel

o sabiá do sertão
de tanto cantar me comove
passa três meses cantando
e sem cantar passa nove,
pois tem a obrigação
de só cantar quando chove

ps: caralho, queria ter a manha de poetar assim:
simples, singelo, e rico
fui

terça-feira, maio 16, 2006

qualquer tumor sem ter um nome

Sem se preocupar com o q me acontece, neosurrealismo escrevo quase sem pensar
não me imoprto em cada palavra, mas cada paklavrea me faz me importar
com o q?
bem chegou a hora de raciocinar
eperceber ver
repensar
mas pensar eh dizer a si memso q não sabe amar(é rimou)
bem neosurrealismo eh coisa pra loucos e de louco já basta o mundo
é preciso uma boa dose de narcisismo pra fazer um blog

segunda-feira, maio 15, 2006

amor a luz da dor


Amorte chegou
não precisa me avisar
no mais a dor do seu calor
matamar, amor, penar

Mais tarde o dia brilhou
avisarte céu e mar
quase que não clareou
céu não mais diz crê amar

Amor te matamor
malícia, ilusão te amar
lirios,rios,aliciador
vi nos sios do seu gozar