terça-feira, outubro 27, 2009

O mundo de lá

O mundo de lá...
Tantos sonhos nascem lá,
Nos legam tudo.
Carro, TV, poesia,
Tanto fogo, quase alegria:
Tudo.
Todas as minhas Drogas
Todas as minhas dores,
Tudo.

O indio morto
O preto preso
A faculdade
A liberdade,

Tudo.

Por mais que queiramos coisas novas
Por mais que criemos outros inícios,
não importa,
De uma forma ou de outra
Tudo nasceu lá.

terça-feira, outubro 20, 2009

Negrume Celeste

A noite tem uma constante
De tristeza e irresoluta adoração
Pelos ares e os falsos semblantes
Pela sua irresoluta imensidão.

Belas mulheres e alegres meninas,
Turbulência, brancura, depravação,
Sorrisos doces e doces alucinantes
--------------.Amplidão.

Os olhos embotam as lágrimas cadentes
Quando ao longe a mulher se vai,
É o amor a irromper na gente...
Nos destrói, nos desvaira, se esvai.

Ao mesmo tempo meus olhos sorriem
Por uma brancura salpicada em raso flerte...
É a leviandade ante a ruir minhas narinas
Ou a liberdade a me invadir assim solerte?

Mas tais questões dispersam pela noite
Por teus olhares, teus desterros, tua má fé,
Ente a bailar pelas almas como quem some
Como uma música , um poema, uma mulher.

terça-feira, outubro 13, 2009

Três quartetos

O verso é o terreno da calma
Não cabe a embriaguês do mar
Por tal não traduzo minha alma
Prefiro em tua noite embalar.

O mar é o lar das tempestades
Verdadeiro porta-voz da imensidão,
E o verso quando fala não sabe
decifrar o mar em teu bordão.

Por isso quero um beijo teu menina!
Quem sabe nesse enleio vá encontrar
O verso que trespasse tal enigma
O verso que traduza a voz do mar.

terça-feira, outubro 06, 2009

Na defensiva

não vivo na sua pele
não sei qual seu recado
nem vou ficar sonhando,
pois prefiro estar acordado.

Pressinto o paraiso
nesse gosto de inferno
que traz no seu sorriso,
mas eu vou ficar esperto,

Pois eu não sou mais garoto
nem sei qual poesia,
Menina, nos seus sonhos
me traz!

Mas sei que não é
nenhuma Meireles
nem nenhum Moraes!

quinta-feira, outubro 01, 2009

Prece

Mulheres, meu Deus, Mulheres!
Essas pestes, essas alegrias...
Mulheres, meu Deus, Mulheres

Tantos estragos são suas melodias,
Tantas tristezas são seus embargos!
Tantos poetas sem tua companhia,
Tantos e tantos e tantos percalsos...

O que faço, meu deus, Mulheres...
Enlevo de rubras vozes celestes.
Motivo de riso, motivo de pranto,
Fluido inimigo, serpente, e no entanto:

Mulheres, um doce encanto.