sábado, setembro 23, 2006

O passo e o compasso II

Passe o compasso no ato do passo,
pois passo sem ato não é decisão
não ligue se o ato do passo for falso,
pois falso e não falso é só decisão

Escolha o caminho que te siga e persiga
não só o caminho que te aplaque àflição
pois em meio ao sentido de cada caminho
há letras cerradas do vinho ou do pão

Há escolhas e escolhas entre as tentativas
por um s(c)em-motivo de falta de amor
afinal se um anteparo se torna vazio
é porque bem no fundo o calor dissipou

sexta-feira, setembro 22, 2006

cansaço

me dá um pouco do teu caminho
que este já tá meio chato
espetaculo meu de todo dia
dança com sono de toda tarde
acrósticos bem feitos
poemas vercejados em forma de paz
assaz aberrante

saudade dos tempos da lua,
mas está já ficou nova,
tão nova que nem mais reluz

reluzir nos tempos da lua
com madeiras podres e calcificadas
aberrante matéria de pouca piada
falar, falar, falar
vida besta, sonho nenhum;
verdades e mais verdades...

posso me cansar de procurar?

quinta-feira, setembro 21, 2006

venereo

poetar pelos ouvidos
na aula de matematica
difere do empedernido
sentido entrecortado

e com os os olhos no chão
sigo
não te venero
silêncio mal-disfarçado
do meu sentimento venereo

terça-feira, setembro 19, 2006

qualquer saudade

no dia da vida amarga
vivo a procura de paz,
mas a paz é sempre retorcida

no dia ruim do domingo
pergunto quase sem jeito,
cem dias que batem em meu peito?

no dia quase amargo
pergunto se haverá guerra
respondem-me que não

digo graças a deus?

sábado, setembro 16, 2006

menina da pele branca,
dourada de tanto sol,
pergunta ao menino moreno,
quase morto de tanta lua

- Tanto poema, tanto desandar, na verdade o que será?

menino calado
responde abafado

- nada não, nada não

quinta-feira, setembro 14, 2006

RIO DE FOGO (Tyko, 14/09/05, meu pai que por sinal tem a manha de escrever como podem ver ai)

RIO DE FOGO
Tyko, 14/09/05

Planto-me meio amedrontado
No teu ser,
Procuru-te
Como um cão faminto,
Marco o teu corpo com cruzes de fogo
Forjadas pela minha boca!
Fiz-te vertente dos meus líquidos,
No leve rosado dos teu lábios,
No longo negro dos teus cabelos
Me abato num gozo louco e infindavel!
Fizeste fugir as sombras,
Acabar o estio.
Você me tornou uma flexa,
Que te penetra em todos os lugares
E em todas as direções e sentidos.

quarta-feira, setembro 06, 2006

O amor não pode morrer,
mas falta espaço pra ele
vive-se de tal forma que a sua forma de expressão
é na verdade um limiar de depuração

"o amor comeu todos os meus cartões de visita"

não sinto-me constrangido em lhe dizer que te amo
não,
na verdade à amo demais
e a culpa dessa merda toda
é a absoluta falta de humanidade dos nossos pais

"o amor comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome"

Na poesia encontramos calma
mas tanta calma que que me deixa irritado
pois a calma que encontramos
é a calma das almas encalacradas
viver é ser.
poder é já consumicão
tristezas engaioladas
que entretem nossa solidão

Ter é ficar rico
rico de sí mesmo por convicção,
mas também é medo de outros caminhos
que se engajam na nossa visão

meus sentidos são esquadrinhados
e o serafismo de nossos destinos
são ao mesmo tempo encouraçados

ou estilhaçados por nossos desejos,
gracejos
que nos entretem por falta de paz
a paz que não faz parte da nossa viagem
de ter rimas e lutas encartes
pra uma luta maior
que iremos de mãos dadas?

terça-feira, setembro 05, 2006

Ao amor

as almas assumem,
assaz atadas,
algo acabado...

assim alarmado
amor alquebrado
assume algozes amavelmente...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Sentido Inverso(pode ser de qualquer um, mas quem fez foi Damário Dacruz)

Inutíl o verso
na busca de você.
Se
teus ouvidos
escutam o que não digo.
Se teus olhos
miram o que não avisto.
Se teus labios
dizem o que não traduzo.
Se teus dedos
tocam o que não alcanço.
Inutil o verso
na busca de você
Se
o meu amor
Não grita
não vê
não fala
não pega
os teus sentidos.
Inutil você.