sexta-feira, dezembro 07, 2007

A Bahia é Baêa o resto é o resto

Meu Bahia é pura História
Delirio de nossos corações
Há quem diga que só o passado é gloria,
Detratores de nossa Seleção

Meu Bahia se chama Baêa
Ouve quem entende nossos chavões
Tricolô-delirio de nossas cabeças
E também de nossas lamentações

Bahia é time de graça
Da nossa bahia que inda irá vingar
E mesmo abaixo e com o estádio em ameaça
O Seu futuro é puro brilhar

quarta-feira, novembro 21, 2007

meu verso nas ruas da cidade

Se o meu verso vai às ruas da cidade
E pergunta ao cobrador
Como vai ao largo do tanque
Eu não posso responder
Mas que invade meu coração e assim na contramão
Isso eu sei que ele faz

Meu verso é a intercessão entre o tudo e o nada de mais

segunda-feira, novembro 12, 2007

repeteco

Se as coisas se repetem
E o passado diz futuro
A verdade é que a vontade
É de sair desse clausuro

Se o ódio travado é que motriza
Essas repetições
A leveza de tua brisa também é uma danação

Mas se há alternativa e ela se revelar
O balanço que fascina irá em mim brilhar

quinta-feira, novembro 08, 2007

Dia a dia

Cada dia é uma vontade
Cada noite um bom tesão
A saudade um disparate
E as verdade falsidão

Cada sonho um desenlace
Cada lace uma prisão
Que só parto sem escalde
Para não cair ao chão

Cada vista terra avista
Uma conquista de antemão
Ecos do ão dessa visita
De palavras a meu céu

domingo, novembro 04, 2007

vida

Dormir e cansar
Enjoar
Enojar Sentir
E ferir E mentir

Viver conforme o que não diz
O sábio poeta e o bom aprendiz.

sábado, outubro 27, 2007

retrospecção

Caçar ratos
Caçar papos
Caçar vida

Encaçapa nossa angustia na ferida

Meu irmão dizia saruê
E eu ia matando sariguê
E imitando os mais velhos

Saudade deste tempo venereo

Meus amigos já muito estropiaram
Comigo contigo e consigo
Meus amigos já deram muito motivo
Pros mais variados motivos
De briga de Sina
De felicidade
E também dão motivo pra muita saudade

sexta-feira, outubro 19, 2007

É doze horas(à Inajara)

É 12 horas
Dizia um menino
E eu saia em desatino
Hora de bater o baba
Sai gurizada
Até eu mesmo dizia
Nada de perder tempo
E mulher não tinha espaço dentro

(Pode até parecer baixo astral
Mas são coisas de menino
Afinal quem nunca brigou pela quadra?
Quem nunca teve raiva de uma mulher ousada?
Que chegou primeiro e armou a rede de voley...)

E então sequer batia o time
Sempre era o escolhido
E saia invicto no final.
Foi ou não foi uma infância maestral?

segunda-feira, outubro 15, 2007

Poesia em prosofolia

disverso
meu verso
pra prosa em metros

metros e mais metros de prosa

me lembra meu avô...

É mesmo
e eu que já nem criança sou
adoro ouvir meu avô
que conta histórias...

comunismo stalinismo
ACM
prefeitos de municípios perenes
morte no carnaval
briga no seu quintal
sabedoria de rua
de pedreiro anistiado
petroleiro anistiado
sargento anistiado

(meu avô foi torturado
Mas não conte pra ninguém
suas verdades da ditadura
pertencem a ele e mais ninguém)

quarta-feira, outubro 03, 2007

mundo é mutua poesia

É que o mundo é mutua poesia
Beijos sem sons,
Calafrios ousadias
é sonho que tecemos noite e dia
E o fazemos ao fazermos poesia

Mundo é sumula da verdade:
O pensamento que desfaz nossa agonia
Mundo brinda com terrenos e saudades
Sacoleja a tarde e desespera o dia.
sempre a ser uma possibilidade
De se fazer outra coisa um dia

Mundo é muita beleza também muita iniqüidade
São desejos convergentes que divergem em sintonia
Mudo desejo de termos sua longevidade,
Pois o homem enquanto tal morrerá um dia

terça-feira, setembro 25, 2007

de mim exija saudade

De mim exija saudade
Nada de solidão
Coisa chata que arde
Destempero de um não

De mim exija desejo
Não sabedoria
Angustia em tom soberbo
Com toda sua ousadia

Enfim exija nada
Como boa meretriz
Nada de saudade
E teu desejo todo em mim

sexta-feira, setembro 21, 2007

Sobre o menino poeta

A introdução

os poemas que fiz até hoje
soaram baratos
agora sai um verdadeiro

O começo

o poeta menino
perguntou:
"como se faz poesia?"
o poeta grande respondeu:
"Com o fundo do peito
se fazem poemas",
mas foi no fundo do peito seu
que o menino poeta não entendeu:
"Se os peitos fazem poemas
onde se encontra o peito meu?"

Considerações poéticas sobre o começo

O poema sai das entranhas,
E tal como ser poeta
o poema sai das entranhas,
mas o menino que inda não é poeta
sequer possui entranhas

O intermédio

E assim o poeta nasceu
menino que foi cresceu
na duvida poética
que posta em versos
o amadureceu,
mas até hoje pergunta o menino
"onde se encontra o peito meu?"

Considerações sobre o intermedio

Ser poeta é ser projeto
futuro poema já feito
milhões de formas distintas
de ter o mesmo pleito

O fim

Menino pequeno
poeta projeto
Odisseia no espaço dos versos
que entre trancos e barrancos
se esvai em futuro incerto

Considerações sobre o fim

A jornada dos versos
é nada mais que versos e mais versos...

sexta-feira, setembro 14, 2007

Já está tudo programado

Já pensei nas palavras
Que lhe digo de começo

Já escolhi minhas mancadas
De primeiro namoro

Já pensei no poema de dia dos namorados

Já comprei a camisinha do nosso primeiro sexo
E metrifiquei o poema que lhe entrego depois

Já comprei o champagne...

Já tive pesadelos
Com nossa primeira briga
E já aluguei o filme
De nossas primeiras pazes

Já tive o primeiro desejo
Da futura traição
Até isso já tive

Já bolei as palavras
Que lhe trará de volta
E já pensei nas respostas
E nos nãos que virão

Já tive o choro que marcará nosso fim
E já bolei minha cantada pra a segunda namorada

quarta-feira, agosto 29, 2007

Ser louco é ser o mar
Abarcar o mundo em um olhar

mas não suportar

Em quadras digo vida

Se tarda a tarde chega
Se ficares noite vem
Se caminhas vida leva
Se apressardes finca além

Então se vives como deves
A de ter o que querer
Mas se quer a de não ver
Que não podes o que queres

Vai e vêm dos desandares
Que nos roga em branca lua
Porque o mal em teus altares
Finca e borda, pois flutua

domingo, agosto 26, 2007

versos do meu verso

Só consigo pensar em versos
Me consomem noite e dia
Verso a tarde, verso dia
Verso em toda sua magia

Verso no inverso do desejo
Minto nos meus versos por ensejo
Crio poemas vindouros
Esqueço os meus versos no bolso
Nos cadernos carreiam versos que não tive
E os que tive que não prestam mais
Em pensares repousam estrofes bonitas
Que não consigo materializar

Verso quando quero
Quando posso, quando consigo
Mas só verso se for bonito

Verso vomitando
Verso repensando
E polindo palavras, penso versejando

E quando canso meias- palavras canto
No meio dos versos também faço desencanto
E neste verso verso o que versei
E em anexo escrevo o que pensei.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Criar: verbo transitavel

criar
verbo hemorragico
em tempos de nosso tempo

descompasso do compasso

sentença pra novos ventos

cadente balanceamento
do novo pro ainda mais novo

do jovem o oxigenio

preceito que cria estorvo

sujeito que elide o velho

serpente corruptora
em tempos que ser moderno
é coisa avassaladora

domingo, agosto 12, 2007

verso/meu verso

Ser verso
É ser diverso
Do que lê
Do que escrevi

É algo mais concreto:
caminho pro já em si

Meu verso
vai disperso
pouco pensa
no que diz

Mas brinda no
sincero
caminhar que vive em mim

terça-feira, junho 19, 2007

Mar de versos

em meu delirar
há palavras pequenas
provindas ao mar
de arquejantes poemas

Na proa dos barcos
que circunavegam
infindos vercejos
em sálgadas leguas

Não há comandante
ou qualquer marujo
apenas um infante

poeta soturno
assaz delirante
neste mar dubio

sexta-feira, abril 27, 2007

Soneto II

não sei mais fazer poemas
e isso é verdade
e os versos que faço agora,
são só por iniquidade

não faço mais sonetos
como dantes fazia
e o que hei de fazer agora
será só uma alegoria

não repetirei,
nos tercetos,
essa retórica barata

e o que agora escrevo,
não é novo,
é uma piada

sexta-feira, março 23, 2007

Desalento do ex-marxista

revolução, palavra gasta
assim como povo,
aquele povo romântico, idealizado, utopico que nos faz lembrar che guevara

revolução
seus sons não mais ecoam por aí
suas roupas foram tragadas
o que nos restou foram vanguardas artísticas ultra-modernas
que andam fundindo cucas em tupi

A sensacão
É de que tudo haverá de ser como está
E que nossa maior invenção
será beber com os amigos e jogar bilhar

ahhhhh
essa revolução e sua alma humana, se foi
que nos restou
foram os 3 "w's" do computador

Todo carnaval tem seu fim (los hermanos)
(cantado)
Todo dia um ninguem josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha andada com fé
De quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer, mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo

TEXTO DE UM MONOLOGO QUE EU FIZ NO TEATRO ESCRITO POR MIM MESMO

sábado, março 03, 2007

Ouvi falar de estrelas

ouvi dizer de estrelas
na noite de quinta-feira
penosamente chuvosa

estrelas bonitas
que cintilam miraculosamente
pela manhã aos domingos,
desafiando a prismatização da luz solar
(e sem se debruçar)

olhei ontém estas estrelas,
por isso posso com precisão vos comunicar,
que são estrelas que amam mulheres e crianças,
mas quanto aos homens,
que vivem em seus enfurnados escritorios
sem admira-las saudosamente, pensando naquele beijo bem gostoso a luz do luar,
não posso dizer o mesmo

São estrelas românticas e caridosas que sentem pena dos desafortunados,
e chega a brilhar em marasmo quando há noites chuvosas
derrubando casas e mais casas de lares a pau e lona...

Ouvi dizer que são estrelas mais caudalosas que o rio amazonas,
as mais simpaticas de toda Via Lactea,
que não produz sempre com lascas e poeiras cosmicas intergalaticas
estrelas com capacidade de chorar...
Pois elas choram,
quase todos os dias pelos mortos na faixa de Gaza, São Paulo e Rio de Janeiro,
São até imbecís e melodramaticas, pois choram até por soldados americanos.

São estrelas pacífistas...

São grandes
maiores que helicopteros vistos ao longe,
mas menores que um avião em formas distantes
e são azuis
apesar das comuns insinuações pessoanas
que dizem-nas cintilar cores prateadas

Mas serão mesmo estrelas? Daquelas que brilham a noite interiorana e cintilam
coisas profanas?
Serão estrelas de verdade, mesmo com todo esse sentimento?
Com esse sangue correndo nas veias?
Não há como perceber,
Mas um dia haverão de entender, que estas estrelas torrentes e caudalosas
Sâo, na verdade, meu amor por você.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

coisas simples em dia de natal

São coisas simples
em uma noite de natal em dia quente
que se limite a quase sempre
a vida besta
sem dia frio
nem no natal.
nem no Rio.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

mutua poesia de você, mulher amada,
de olhares turvos em sua visão
sinuosamente mordaz, minha desejada,
em trejeitos sexuadamente vãos

afinal você me entorta à tua chegada
mulher amada
onde estupefato fico então

quem derá fosse minha nessa hora farta,
à espera de tempos bons

mas entretando prossigo sonhando com teu coração

domingo, janeiro 07, 2007

soneto

longe do seu perto
é estar perto de quase nada
até se ao menos eu soubesse
onde estás nessa madrugada

longe do teu longe
é quase que estar aqui
sozinho e quase calado
ou como preferir,

mas logo nesse verão
farei algo impressionante
um caso desmiolante

farei algo que não se faz
sendo o certo ou não,
mas isto não é nada de mais