terça-feira, fevereiro 17, 2009

Sobre o prescindir da mulher

Uma mulher não vale o poema,
não são tuas pernas carnudas,
sua bunda, seus seios, dilemas
Que valem a fala macia
o verso que assalta e arrepia
a poesia que assunta o poema

Uma mulher pode ter lírica voz
um jeito que causa saudade
duvidas que embalam a tarde
ou trejeitos de quem tem pena
e mais uma completa diversidade
que mesmo assim não vale
um decimo do poema

Uma mulher provoca gozos
ao olhar, ao toque, penetração
suscita dangerosas odisseias,
enfim, mulher causa o mundo
e até um pouco mais,
mas no entanto a poesia
não tem que cantar sua magia
nem seu jeito de satanás

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

trabalho à Charles Bukowski

fala parece que soca
o olho daquele que diz
verdades sinceras e toscas
do porvir e não disto aqui

Transcende imanentemente
quando fala o que nunca se diz
até quando, enfim, entredentes
escreve do amor que sorri

Da náusea retira seu brilho
do porre razão de existir
sincero poeta dos trilhos

trilhados por nosso viver
me dá um pouquinho do seu brilho,
aqui o poeta é você...


o o
-^
-~

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

ladrão de belezas

Ela que tem aparencia,
esta cada dia mais bela,
Não sabe que roubei dela
a flor da sua inocencia

Andava ela pela rua
parecendo que flutuava
enquanto eu à olhava
sugando sua pele nua

sugava seu olho encantado
sua cor alva e dengosa
roubava até mesmo sua prosa
roubava e ficava calado

o assalto à mão armada
fiz a partír do olhar
roubei até o balançar
de seus seios e passadas

e fiz isso tranquilamente
sonso e serenamente
eu que não à tinha pra mim...

pudera, ela que não quis,
negou meu verso e poema
assim, sem nenhum dilema
elevando o seu belo nariz

e então eu fiz o que pude
para aplacar minha dor
roubei muito e amiúde
roubei, sem nenhum pudor...

sábado, fevereiro 07, 2009

versinhos

eu mimo essa menina
de tudo que encanta e atina;
as cores do vento no mato
os olhos do mar salgado
a noite entupida de estrelas

Encubro a sua relva de pele
com os cheirinhos crisálidos do mato molhado
e pego do gosto da boca
o cheiro da rosa num tom orvalhado

sinto do pescoçinho
aquele cheiro de capim santo
e salvo do seu umbiguinho
um inseto ladrando pelos teus cantos

planejo ser sua poesia
mais bonita e mais dengosa
quem sabe um verso bem feito
que sai de sua boca
num dia de prosa

talvez ser matéria animal
dos seus mais recônditos pensamentos
andar pelo seu quintal
fazendo das coisas que aninha o vento

ser motivo de graça
de seu plurialvo e formoso sorriso
andar pelas suas casas
cantando e dançando
(este é o meu vicio)

Depois de descansar um pouquinho...
que ninguem é de ferro e só descansado
posso fazer para ela
tudo que disse e bem caprichado!

domingo, fevereiro 01, 2009

Uma poesia sem destinatario

ouvi dizer que você queria que eu lhe fizesse uma poesia
mas essas coisas não são assim,
o verso as vezes demora de chegar...
mas mesmo assim espere um pouco e se aproxime
quem sabe isso aumente minha capacidade criativa,
me dê um pouco mais de inspiração,

(confesso que a poesia nem sempre é sinceridade)

mas tenha calma
com isso não quis dizer que não lhe brindarei um verso,
devagarzinho ele chega
é que a paciencia é extremamente elementar nessa hora...

mas lhe confesso que isso mexe comigo...
Esse lance de mulher me pedir um verso,
sabe como é, né?
testosterona, sexo, essas coisas...

mas no seu caso foi diferente,
encarei como uma forma de aproximação tranquila,
troca de amor tranquilo,
sem caricias e bolinações...

mas mesmo assim me deixou mexido por dentro...

é que você me pediu um verso e...
uma poesia que você quer, né?

acho que não dormirei nessa madrugada...