domingo, julho 26, 2009

Elegia (Breve elogio fúnebre)

Aqui jaz a vida:
Ocaso como Acaso de si.

Estampada na alma de quem não suicida
A alma e a vida que há para si.

Aqui jaz a vida:
acaso da Razão,
frutífero Ruir.

Sorriso nos olhos da mulher embevecida,
Compasso e o pesadelo dos sonhos
que estão por vir...

Aqui jaz a vida:
Sem
ente do derradeiro,
Solilóquio dos estrangeiros
de sí.

quarta-feira, julho 22, 2009

Sobre um blog Muito lindo!

http://dasideiasdecaioruda.blogspot.com

Poderia fazer uma apresentação do tipo:

Estudante de Psicologia nascido no interior da Bahia e bla bla bla...

Mas não, vou dar a real: Este é um poeta do caralho que raramente é encontrado por estes blogs net a fora.

Mas enfim, acabei de conhecer a poética dele e por isso essa empolgação toda!

terça-feira, julho 21, 2009

Marra

Deu o primeiro drible
safado, olhando de lado,
chamou de bicha o zagueiro:
sorrindo, desaforado.

Driblou o segundo brincando
parou e bateu pontinho!
E quando outro veio rasgando,
deu uma tabaca e seguiu.

Ainda faltava três,
mas viu o goleiro adiantado,
então, com desfaçatez,
encubriu e saiu po abraço...

sexta-feira, julho 17, 2009

Poesia Contemplada

Entre o amor e a poesia

Singela como toda poesia
E poética como toda calma
Aldaz como o sol dos meus dias,
Amada.

Mais bela que a bela da fera
Mais linda que o ato de adão
Mais fina que a consternação
Alada.

Mais nova que a velha poesia
Bravia igual as ondas do mar
Confusa como uma romaria
Tortuosa como ocasos do amar.

Embora lhe seja perfeita
As noites de mar e luar
Em vão te traço a poesia
Como um desejo sem par
Conforme as razões do meu dia
Conforme o não se conformar...
(Os olhos embotam-se a lágrima
os olhos são olhos e solidão
Os olhos são modos de calma
que acalma a mais quente paixão).

E assim sei nestes novos dias
Poética e póstuma é minha alma,
Pois a paixão é o reverso da poesia
E as poesias são mortes e lástimas,

Então por fim se inicia
O mais novo enlace poético
Como matéria sem alegria
Traço a poesia sem fins magnéticos.

Foi com algum ar de inquietação que Martim leu aqueles versos. Talvez tenha estremecido um pouco e chegou até a ameaçar quedas de lágrimas. Mas conteve-se. Um poeta saído daqueles ares duros e abafados no pregão das madrugadas foi no mínimo inovador. Ele pensou em guardar os versos pra si, olhou pro lado olhou pro outro, mas desistiu. Poeta... Onde já se viu trabalhador com essa capacidade poética, com essa fineza típica dos letrados nas artes da poesia romanesca? Não que ele fosse preconceituoso, mas essa era uma poesia que costumavam altear nos seus tempos de faculdade, quando freqüentava as festas loucas no FFCH e quando amigos lhes mostravam as mais belas (e algumas não tão belas assim) poesias. Mas naquele trabalhador rude e gaiato, propenso às mais esculhambadas pataquadas, não esperava nem um pouco. E aquela consciência do local definido da poesia moderna.... Aquela fineza de vocabulário... Ficou impressionado. Certo que não era a poesia de nenhum Vinicius de Moraes, mas era muito boa. Vinicius de Moraes mesmo teria dito isso, logo ele que era um amante do povo e de sua “Pátria tua” tão pobrinha? Que tinha vontade de nina-la e se orgulhava de torcer pelo (fudido) Botafogo? É, com certeza teria dito isso. No mais ficou feliz de ter um empregado desses, certo que não era seu empregado, mas era de cargo superior (iria comentar isso com seus amigos). Resolveu lê-la de novo, tava pensando se iria comentar com o autor que tinha lido. Era uma poesia bonita e tal, mas à achou mexendo no armário dele e tal... Não ia pegar bem. Certo que não ia dar nada pra ele, mas estava querendo a amizade do seu subordinado e não pegava bem mostrar, mesmo que da sutil forma que se apresentava, esta superioridade. Mas mesmo assim sabia que esse lado hierárquico de suas condições sociais iria circular toda a relação que estabelecessem daqui pra frente. Mas mesmo assim achou melhor guardar a poesia no lugar, se arrummar e ir pra casa. Era melhor assim. Não ia comentar nada com ele.

sábado, julho 11, 2009

revelações

há duas formas de medir a amizade dos homens
pela cumplicidade nos momentos solitarios
e pelos chingamentos em público.

sexta-feira, julho 03, 2009

Poética obtusa

As poesias não existem no tempo
Vivem no mais imponderável ser
Podem revelar tenazes intentos
Que faça feliz ou que faça sofrer

Mas pode a poesia ser vazio
Insustentável leveza do ser
Talvez um ladrilhar de caminhos
Ou besteiras sem ter porque

As poesias são olhares do mundo
E o mundo são olhares poéticos
E enquanto vagueiam os olhos do mundo
Sinuosas verdades nos tornam complexos

E as verdades não tem dois caminhos
Tal qual a poesia não nos traz verdades
Pois o mais cristalino e dengoso versinho
Não diz o que o futuro nos traz sem alarde

Então não se encante, mas sinta o poema
E deixe-se banhar por este sol monumental
Por mais que nos cante e nos faça loucuras
A literatura não nos salva do mal.

quarta-feira, julho 01, 2009

Em consonancia com as espetacularidades cinematograficas é (sem duvidas) necessario um contrapeso, Uma musica da capoeira sobre Besouro

Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Quando eu morrer(ô IáIá) Me enterre na lapinha
Calça culote paletó almofadinha

Adeus Bahia zum zum zum cordão de ouro
Eu vim aqui porque mataram meu besouro

ê zum zum zum zum zum
ê besouro...


Pra quem não sabe Besouro foi um capoeirista do reconcavo Baiano do inicio do século XX que segundo os dizeres do proprio foi João Pequeno de Pastinha foi o primeiro mestre deste, longe de ser necessario por em cheque essas questões, isso eh mais que uma evidencia da importancia desse capoeirista.

Há varias lendas sobre o que ele foi e o que ele n foi, mas a mais conhecida é a que ele possuia o corpo fechado e que a unica coisa que o matava era a faca de Ticum ou Tucum... O que também pode ser interpretado como uma colateralidade de sua incrivel tecnica de luta. Enfim sairá o filme que de uma forma mentirosa ou n mostrará muitas coisas sobre ele pra vcs (que se interessarem eh claro)