quarta-feira, maio 31, 2006

qualquer coisa de filosofia

Em suas teses contra feuerbach Marx aponta para o sentido pratico do conhecimento, exaltando o espírito oitocentista de uma ciencia salvadora, um espirito objetivo, em suas palavras, uma praxis social. Por seu proprio dizer, não se pode entender um homem, sem entender a conjuntura que o rodeia, e mesmo aqueles que transcendem o sentido de seu tempo se enredam nele como se fosse uma prisão insuperavel, inexprugnavel, indizivel. Em poucas palavras, "seu tempo" funciona como um nome, uma identificação que lhe é imposta e que o perseguirá por toda sua vida.
Entretanto como qualquer nome de qualquer individuo, as outras estruturas que o ultrapassam, que o sobrepoem, que lhe guiam; acabam por posceder à essa identificação primaria e à revira-la. Estrutura um real que ultrapassa o espirito de sua época ou o fazem a sua imagem e semelhança: alguns se encaixam perfeitamente no real social, outros, como já explicitei, o reviram(mas visto de perto todos são ultra-individuais).A essa luz o real no dizer marxistra vira pó.
Em Marx o que se ver bem explicitado é um real nos moldes de ciencias naturais ultra-acreditadas e ditosas do espirito de seu tempo. Em seu esmiuçamento das estruturas do capital, o que ele procura a todo tempo é uma verdade além do consensual, um fundamento ultimo, uma especie de verdade cientifica que exalta uma plasticidade de leis "naturais". Por mais que se diga que ele reestruturou todo um saber das ciencias humanas, o que se ve na realidade é a redução do homem a um aparato natural. Observemos que em sua teoria o real (a verdade) sempre se encontra por trás: Os fatos economicos determinando a realidade historica, a mais-valia como fundamento ultimo do lucro, a infraestrutura iniciando em sua determinação da superestrutura, enfim a essencia delineando a aparencia.
Em toda sua obra observa-se um entrelaçamento entre o social, o politico e o economico de tal forma que se vê uma forte hierarquização do ultimo pro primeiro. O que ele procura é, como já foi explicitado, um fundamento ultimo para a realidade, ou seja, a realidade social reduzida a um arquétipo, a um nome. Ele eleva o lado arquétipico da sociedade de tal forma que o elege à formação total do Real. E esse nome se chama economia. O Estado é uma formação social abstrata que representa as repartições sociais e a sociedade é uma eterna luta de opostos movida por motivações economicas e politicas. A sociedade se reduz à estado que se reduz à motivações economicas.
Emfim um dos maiores pecados de marx foi a total supressão de tudo que é individual, autonomo, na sua explicitação do que é a realidade social. o marxismo como conhecimento das mentalidades não se sustenta, e nega o papel da mesma na formação do real, não totalmente, mas só leva em conta a mentalidade política.

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