sexta-feira, julho 15, 2011

Tardio

Depois de um tempo

O que resta são encontro de lembranças

Desencontro de palavras

E silêncio.


E não há nada a desentranhar o que se foi


A cerveja no copo,

O silêncio irrequieto

Apenas atesta uma cumplicidade passada

Que fossiliza ao fundo dos olhos

E decai aos poucos

Como carbono catorze.


E o que é estranho

não é perceber o que menos esperávamos

Ou ver no outro o que sequer imaginaríamos,

Mas este passado em comum,

Aonde os sonhos tanto se cruzaram

E agora resultam ôcos

Cada qual embrulhado em seu canto

Como um pacote, um achado arqueológico

Em um beco sem saída da memória,

Nesta amplidão a que chamamos Eu.