sexta-feira, dezembro 24, 2010

Ilusão consentida

E o que é que há entre isso tudo?
Entre essa vida, essas vidas, nossas vidas?
Por hora me assalta me diz, me mente
Em poucas palavras ilusórias
a distancia de alguns bairros
pela tela do meu velho computador.

Por que dizer palavras de conforto
A este poeta meio louco,
Que não sabe viver bem o que sente
Ou não sente bem o que é viver
E por isso mente
Desesperadamente para não sofrer.

Realmente penso que não há porque
Mas se quer de novo
Me use um pouco
Tudo bem,
Não ligo tanto, não sei porque.

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Novamente

E Tantos anos agora aqui nessas letras sinuosas

Esvanecendo, esvaindo,

Recaindo pelos ventos de uma vida pouca e louca

Que se pretende findada.


Ou talvez reinventada, recomeço de mistérios

Encantos novos, novos ventos,

Tardes, noites e manhãs

Recobrindo o que me falta

Descobrindo novas matas,

Desbravando, contrastando

Contraindo o mesmo peito

Em novo coro de emoções.


Esse peito novo e profundo

Arraigado em noites mal-dormidas

Em sonhos desfigurados,

Em almas, em calmas, enfim.

Esse peito agora busca

Um novo jeito de seguir.


E seguir que seja calmo

Coroado de memórias

Entre o tempo e a vida habita

O repousar de uma história


(vida, escolhas e caminhos).



Vivências

E se foi aquilo que tanto te completava

Embora algo de tudo tenha ficado

Como um sonho que transcende a noite

Ou uma voz ao fim sussurrando,

Algo ficou.


E o que antes eram sonhos vários

Mudanças, comportamentos,

Vontades irrevogáveis

Marchas, gritos de guerra, pulmões.

Agora repousa quieto, Embora jamais esquecido.


Não há como esquecer as noites

As crises de choro e medo

Os gritos de revolta

As rodas de maconha,

Os sorrisos por algo que foi

(Restam outros pro que virá...).


Talvez essa cidade,

Pouco tenha notado

Ou talvez sequer percebido,

Mas algo por ela passou

Deixando glórias e desvarios.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Vagueza

Algo me falta simplesmente

Como água que acaba na geladeira

Ou luzes e postes na madrugada.

Algo de belo, talvez ilusório

Delírios de jovem, coisa pouca

Algo me falta, talvez amizade

Ou quem sabe um beijo na boca.


Ou quem sabe ar nos pulmões

Vida pulsando, risos delirantes

Me falta alguma coisa e não sei

Se é algo simplório ou faiscante.


Tanto se diz, tanto se passa em mim

Tanto se fala e tampouco escuto,

Ou ouço suave, quase débil

Pedaços de vozes faiscando

Pelos meus ouvidos surdos.


Pedaços de vozes pequenos silêncios

Povoados de algo que me apreende,

Quem sabe esse algo seja o que falta

Esse silêncio que me transcende.