quarta-feira, janeiro 28, 2009

recepção

Entre a casa é tua,
pode deixar suas coisas espalhadas no sofá,
não se preocupe com o barulho da rua
observe todos esses quadros
que a beleza esqueceu de entrar

são todos meus

Se quiser pode folhear a minha poesia
ela esta ai espalhada por cima da mesa,
e alguns versos perdidos em baixo do sofá,
não se preocupe em emitir sua opinião...

Quer um copo com água?
esta geladinha, você não vai se arrepender...
o que? outro copo?
tá bom.

Agora pode entrar no meu quarto,
acho que estarei lhe esperando...

não se esqueça de apagar a luz da sala quando entrar...

domingo, janeiro 25, 2009

quarta-feira, janeiro 21, 2009

domingo, janeiro 18, 2009

ao canto africano

Doce Africa de lirica voz
menina dos sonhos
Estado medonho
Estamos a sós

Ouvindo seu canto
sem entender
não ouço seu pranto
(Não deves ter)

um sorriso lhe oferto
não minha pena
(não posso ter pena

de quem canta assim
um ritmo belo
um sonho sem fim)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Desabafo II

meu coração é um fado
raivoso como a doença
partido e estilhaçado
aguerrido e sem crença

é que meu peito diz clamores
leves e fortes, mas soturnos
coagulado em finas dores:
aquarela em ares noturnos

E agora meu jeito esbraveja
ante o ser que me criou,
que com sua boca que beija
em tristeza me deixou

segunda-feira, janeiro 12, 2009

soneto da mediocridade

Eu que não sou tanta coisa...
sabe, tanta coisa que não sou...
prossigo tentando ser,
como quem cura uma dor...

EU que agora estou só,
por escolha minha, admito,
mas de que vale este grito
se o que sobra é a dor.

Mas prossigo assim...
fugindo da normalidade
disperso da mediocridade

curando as chagas de cristo
em pleno ossos do oficio:
poeta, menino, frescor...

terça-feira, janeiro 06, 2009

Celestianisses

Um dia o sol disse a lua
"Eu já fui RÁ, já fui HELIOS
serenei por loucas mitologias,
sempre a ser seu oposto
até na pior das poesias,
hoje, sem baile, centreio
neste sistema solar,
e você nesse roto passeio
em torno da terra a vagar...
Que merda hein?"

E a lua disse:
"ô, fazer o que?"

domingo, janeiro 04, 2009

olhos desnudos

de que me vale a rima solta
se a vida é outra a cada dia
E é outra e sempre a mesma
que segue me perde e fareja
outra forma de me ser guia

UM vento soçobra na nuca
uma luz esvoaça nos olhos
o dia clareia na face
e a morte permeia a viagem

e há varios portos sobre a maré vazia

e Deus prossegue no alto
incólume, de braços cruzados
com sua balança de vento
seu cão, sua mulher ao relento
a chorar pelo filho perdido

E há miriades de vestes a permear o universo
olhos, castelos, forças e gestos
cidades, ameaças, carícias, sevicias
lutas, classes, indefinição,
varandas, cirandas, mãos, toques, vultos
absurdos.
UM mutirão de coisas avexadas de tanto caos
uma cidade em traças conforme fausteia os sinais
um absurdo.

Uma rima diria o que disso tudo?

sorria garota, não há nada que abale o riso de uma mulher
quem sabe ela mesma, em colapso desnudado em sevicias,
mais nada.

sorriso, beleza, caricias, sevicias
o que dizer desta profusão de denominações?
o que dizer da tarde quando esta vara a noite,
quando a lua se alumbra em foice
o que dizer da bunda da mulher melancia?
das risadas que abrimos ante a ousadia?
o que dizer dos vernaculos da rede globo?
do idilio movimento do globo?
o que dizer?

diz... que o que se diz são palavras
manifestações obscuras em vestes aclareadas
que tal qual a lua que reflete a luz
faz da vida sideração de energias em forma de pus.
(manifestação esbranquiçada da luta dos globulos brancos...
simbologia obscena dos nossos quebrantos)
e mais nada.