-------É claro que sou de esquerda e acredito na reforma agrária, em universidade publica de qualidade, condições dignas de seres humanos para todos os seres humanos, e mais uma multidão de ideias e vontades tipicos de um ser humano digno. Mas dessas ideias à sua implantação política real há um abismo enorme, não simplesmente por sermos acomodados, ou "alienados", ou simplesmente escrotos. Mas pela condição em que se encontra o engajamento. O ambiente universitário, por exemplo, é um meio onde desnudamos o mundo sem sentir o peso dele, ao menos nunca em sua totalidade. É quando entedemos o mundo a nossa volta, mas não sentimos as suas consequencias. É quando bebemos cerveja nos bares, mas não pagamos a conta, é quando rodamos com a polícia por conta de um beck, mas não perdemos o nosso emprego, é quando nos responsabilizamos pelo mundo, mas não temos responsabilidade por nós mesmos. Claro que não posso falar por todos os universitários e muitos escapam dessa descrição que acabo de dar da nossa condição, mas apesar de não ter as estatísticas exatas, acredito quea maioria dos universitários empregados, como eu, não moram sozinho e não pagam suas contas, além de muitos dos que moram sozinho também não pagarem as suas contas. E quando falo contas, me refiro a reais responsabilidades de uma vida adulta: Água, luz, telefone, gás, (se possivel) gasolina, (se possivel) prestação do apartamento, enfim, há também uma grande lista. A alienação a que fala o ambiente universitário, refere-se a esta, como uma displicência, o que em parte é verdade, mas trabalho alienado, na pratica, são uma série de restrições a liberdade do individuo em nome da liberdade do individuo. Pois é através da venda de nossa força de trabalho que temos o dinheiro que possibilita bancarmos as escolhas de nossas vidas. Claro que há muitas variantes em torno desta proposição simplista, mas de uma forma ou de outra são uma variação dela.